Para ficar de olho: Euro 2024

As melhores do continente em busca do título e novos talentos prontos para brilhar no alto nível do futebol de seleções: a Euro 2024 promete ser um grande espetáculo de futebol! Aqui destacamos alguns dos atletas que podem marcar uma nova era no futebol europeu e merecem atenção especial durante o torneio. Fique de olho!

Florian Wirtz (2003)

Campeão da Bundesliga num título inédito com o Bayer Leverkusen, Wirtz se colocou entre os melhores jogadores da temporada 2023/24. Seu nível de desempenho alinhado com suas melhores características traz grandes possibilidades para a Alemanha arquitetar uma Euro firme em busca da taça que não vem para o país desde 1996.

Além da visão de jogo, sua liberdade pelo campo dificulta bastante que a marcação adversária encontre um padrão. Seu trabalho no lado oposto, movimentos de ruptura e a capacidade para trocar de corredor são alguns dos motivos, facilmente notáveis em seus gols:

Leitura dos espaços, trabalho entrelinhas, criatividade com a bola e muito recurso no terço final. O impacto do jovem alemão deve ser grande numa Alemanha longe do favoritismo.

*Wirtz fez parte da Alemanha Campeã da Eurocopa Sub-21 em 2019.

Jamal Musiala (2003)

Jovem estrela do Bayern de Munique, Musiala traz maiores possibilidades a partir das suas valências físicas que potencializam sua técnica acima da média e seu jogo entrelinhas.

Qualidade com a bola nos pés, ótimas atribuições a partir do domínio orientado, capacidade para vencer duelos e dribles constantes. Um talento especial, que traz volume de jogo para sua equipe e tende a ser inteligente em situações sem bola, para se livrar da marcação.

Um dos grandes nomes da competição, numa seleção que tende a ser muito potencializada a partir das qualidades individuais.

Nico Schlotterbeck (1999)

Finalista da Champions League com o Borussia Dortmund, Nico é um dos zagueiros canhotos com melhor visão de jogo e distribuição de bola no futebol atual. Quando seu time tem a posse, tende a ser importante nas jogadas mais verticais, principalmente para encontrar o companheiro em vantagens para percorrer o campo ou em movimentos de desmarque.

Além das qualidades na base, o alemão é muito importante dos bloqueios, proteger a profundidade e realizar recuperações para o Borussia Dortmund na temporada. E por conta da sua estatura, se garante nos duelos, encaixes individuais e bons ajustes para obter controle de profundidade.

Sua consistência e solidez como defensor deve vir a ser uma opção interessante para o treinador Julian Nagelsmann durante a Euro, pois é um jogador capaz de lidar friamente contra atacantes de quaisquer características, no chão ou no alto.

Lamine Yamal (2007) e Nico Williams (2002)

A Espanha tem dois extremos muito jovens, mas também muito especiais e com a qualidade necessária para elevar a capacidade de engano da equipe. Dominante com a posse, a seleção se tornou pouco precisa e incisiva, além de não conseguir transformar suas chances em gol. Com o controle da posse alinhado com o desborde e troca de ritmo de jogadores como os dois, a dificuldade para que o adversário consiga encaixes, coberturas e bloqueios aumenta.

A maturidade do Lamine Yamal é o que mais impressionou durante sua primeira temporada na equipe principal do Barcelona. Movimentos precisos, ações muito refinadas, consciência do seu entorno, temporização, busca pela vantagem a partir do domínio com a perna de proteção, capacidade para liderar os saltos da linha de pressão… 16 anos e muitas qualidades no alto nível.

Campeão com o Athletic Club da Copa do Rei, Nico Williams se mostrou um jogador consistente o suficiente para elevar o nível da sua equipe em busca de maiores objetivos. Cada vez mais refinado tecnicamente, tende a ser muito influente no terço final, principalmente nas definições. Além disso, consegue utilizar sua perna de ataque e a perna de proteção com a mesma qualidade, o que potencializa seu trabalho com a capacidade para trocar de corredor com frequência – e também para atuar como extremo ao pé natural.

Bradley Barcola (2002)

Destaque da Euro Sub-21 com a França, Barcola foi contratado pelo PSG no verão do ano passado. Em sua primeira Euro como profissional, deve ser importante para manter o volume de jogo e contribuir nas criações de jogadas a partir da sua habilidade com a bola no pé e movimentação constante. Apesar de ser inicialmente reserva, não duvide que ele conquiste uma posição conforme a competição for se desenrolando.

Potência e explosão estruturadas em valências técnicas capazes de explorar com maestria os espaços no terço final.

Xavi Simons (2003)

A projeção do Xavi Simons como jogador profissional sempre foi debate, desde quando ainda era um adolescente em La Masia. Agora um jogador pronto no futebol profissional, demonstra capacidade para jogar atuando em qualquer contexto, função ou posição. Tem velocidade e é agudo como um extremo, produz chances como um camisa 10 e se desmarca como um 9.

Depois de finalmente ganhar sequência e ser fundamental para o PSV e o RB Leipzig, Xavi Simons mostrou que é um talento especial, capaz de atuar no mais alto nível competitivo, e pode ser a peça indivualmente muito acima da média que falta para a seleção holandesa numa competição desse nível.

Kobbie Mainoo (2005)

Com apenas 19 anos e no primeiro ano como profissional, Mainoo foi muito importante para reerguer o Manchester United durante a temporada 2023/24 – principalmente na trajetória para o clube se consagrar campeão da FA Cup contra o rival Manchester City.

Valências físicas que o permite percorrer longas distâncias e sua qualidade técnica para conduzir com a bola nos pés trouxeram possibilidades como motorzinho dos red devils. Sua margem de evolução é grande e na EURO deve ser um reserva com bons minutos.

Eberechi Eze (1998)

Numa característica mais incisiva dos extremos, Eze cresceu bastante em rendimento no ano de 2024. Refinado nos dribles em espaços curtos, é tecnicamente muito acima da média e seu poder de decisão é chave para criar e definir jogadas, e manter o Crystal Palace sempre com chances no campo ofensivo.

Controle durante as trocas de ritmo, facilidade para superar a marcação e a compreensão das ações para aliviar pressão com a bola nos pés. Eze deve ajudar a Inglaterra em jogos que precisa do engano e do desborde, principalmente para quebrar defesas compactas e infiltrar a grande área em movimentos rápidos.

Cole Palmer (2002)

Principal destaque do Chelsea numa temporada de reformulação do elenco, Palmer apresentou diversos pontos fortes a partir de um contexto difícil. Seu papel como definidor das jogadas, com presença e passes em profundidade, chamou atenção pela personalidade e o fizeram terminar entre os artilheiros da Premier League.

Com a Inglaterra, deve ser importante nesse sentido, pois realiza o movimento de pescoço com frequência, traz maior eficiência no terço final e uma constante busca pelo desmarque. Outras características individuais são o drible e a retenção de bola – situação que o fez ser considerado como falso 9 no Chelsea também –, ou seja, Palmer é um jogador capaz de induzir e manipular a marcação, permitindo que os companheiros de equipe consigam se aproximar para criar vantagens.

Alessandro Bastoni (1999)

Um dos melhores da sua posição, Bastoni foi campeão italiano com a Inter e segue numa crescente no alto nível. É um zagueiro com bom controle durante o 1×1, com pés próximos, corpo lateralizado, em busca de manter o equilíbrio contra jogadores rápidos e ajustar encaixes para impedir que o adversário consiga alguma vantagem.

Com a ausência do Giorgio Scalvini, será ainda mais importante para a Itália por ter uma característica única entre os zagueiros italianos – a partir da sua presença na base, canhoto importante na construção, pode também percorrer até o campo de ataque e, num sistema com três na primeira linha, ser uma surpresa pelos corredores.

Riccardo Calafiori (2002)

Depois da campanha com o Bologna no campeonato italiano, era difícil Calafiori ficar de fora da Euro.

Suas valências físicas o fazem percorrer longas distâncias durante as partidas. Enquanto defensor sem a bola, tem boa compreensão do jogo, seja numa marcação individual ou protegendo zonas de passes, e utiliza com frequência o movimento de pescoço para observar o posicionamento e os movimentos dos companheiros e adversários. Além disso tende a levar vantagem através do bloqueio de corrida em ações pós-passe ou num movimento sem bola.

Calafiori é um jogador que tende a ser importante em diversas fases do jogo, pode atuar como zagueiro ou lateral, e deve ser opção importante para a Itália se impor fisicamente e conseguir competir além da fase de grupos.

Kristjan Asllani (2002)

Principal destaque técnico da Albânia, é possível ver Asllani como a peça importante para organização e dinamismo da equipe na Euro. Individualmente, é um volante capaz de realizar movimentos importantes – como o de pescoço e ajustes corporais – para perceber/superar a pressão e obter vantagem para sua equipe.

Com a necessidade de um futebol mais objetivo e capaz de ser eficiente em busca de surpreender na competição, o volante também deve ser determinante nas leituras sem bola no campo de ataque, com o objetivo de oferecer infiltrações na grande área como elemento surpresa.

Johan Bakayoko (2003)

Criar a partir do drible, esse é o futebol do jovem extremo belga. Obtém vantagem a partir do desborde, capaz de driblar em espaços curtos, vencer a marcação e conduzir progredindo o campo. Também contribui efetivamente saindo da lateral para o centro, em desmarques bem coordenados para se colocar numa zona de passe e definir com a canhota, sua perna de ataque, ou utilizar sua perna de proteção para cruzamentos ao atacar a profundidade do adversário.

Sua ascensão com o PSV foi chave para o título do campeonato nacional, e seu nível técnico é mais do que apenas complementar na seleção belga. As responsabilidades defensivas também são destaques do jogador, que evoluiu muito na marcação-pressão e papel mais desafiador durante a campanha da equipe na Champions League – competição no qual era necessário mais energia e maior intensidade.

Nicolas Seiwald (2001)

Meio-campista com capacidade para progredir o campo, Seiwald mostrou em sua primeira temporada com o RB Leipzig boa precisão nas ações, principalmente nos desmarques e leituras a partir da antecipação e aproximação para tentar recuperar a posse.

Intensidade e qualidade para pressionar sem bola, é um jogador inteligente a partir do seu entorno, com boa compreensão dos movimentos adversários e dos companheiros, para lançar num futebol de transição rápida. Deve ser importante para a Áustria durante a fase de grupos, pois o nível de intensidade dos adversários tende a ser muito alto – Polônia, Holanda e França. Com apenas 23 anos, é um jogador muito maduro e capaz de liderar o meio-campo da sua seleção nessa Euro.

Miloš Kerkez (2003)

Após ótima temporada de estreia na Premier League com o Bournemouth, o lateral húngaro tem grande projeção no futebol e deve usar a Euro para conseguir ainda mais destaque no continente.

Forte fisicamente, seu papel no 1×1 é excepcional, mostra facilidade para bloquear corridas, cruzamentos e se alinha muito bem na aproximação e abordagem para impedir a progressão do adversário e/ou para tentar a recuperar a bola – lidera estatísticas entre os laterais com mais desarmes por 90 minutos entre 7 ligas da Europa.

Lazar Samardžić (2002)

Tecnicamente, Samardzic é um dos melhores jogadores da Sérvia e é quem melhor pode contribuir com a bola nos pés. Desde 2021 na Udinese, tende a ser um meio-campista muito criativo e evoluiu consideravelmente no último ano, com mais consistência, maior mobilidade e utilizando o corpo para vencer duelos.

Agilidade, dribles curtos, troca de ritmo e a constante utilização do domínio orientado para obter vantagem em relação ao adversário. Sua consciência do entorno também contribui para seu trabalho sem bola, pois está constantemente em busca do passe, infiltrações e acelerar a próxima ação.

Morten Hjulmand (1999)

Uma das lideranças técnicas do Sporting na saída de bola, Hjulmand se tornou cada vez mais consistente para impactar positivamente seus companheiros. Sua temporada foi muito desafiadora do ponto de vista competitivo, sendo fundamental no título do campeonato português e se tornando um meio-campista de enorme valor em diversas fases do jogo. Pode atuar como um volante mais recuado ou atuando mais a frente do campo, com maiores responsabilidades táticas ou entregando energia num jogo sem bola, ocupando espaços e fechando linhas de passe para proteger a entrada da grande área.

Sua evolução como jogador enquanto treinado por Ruben Amorim é notável e seu nível atual pode ser muito importante para a Dinamarca surpreender na Euro.

Rasmus Højlund (2003)

Alto e rápido, Rasmus deve ser a âncora ofensiva da Dinamarca na competição. Eficiente quando tem suas chances, traz maior segurança na grande área quando é procurado, com bons movimentos de ruptura e facilidade para vencer duelos ao se impor fisicamente no chão.

Suas valências físicas potencializam seu jogo entre os defensores, e o fez ser utilizado com frequência em seu primeiro ano com o Manchester United. É capaz de arrastar a marcação e abrir espaços para seus companheiros na mesma proporção que pode ser letal em transições rápidas.

Vitinha (2000)

Cada vez mais firme como o maestro do PSG, Vitinha evoluiu muito seu futebol com Luis Enrique.

O seu poder de decisão foi chave para a campanha do PSG na Champions League e o meio-campista se tornou sólido pelo corredor central e vem sendo cada vez mais eficiente, além dos bons critérios nos passes e capacidade para utilizar o engano em ações com bola. Sua leitura na aproximação/abordagem e disputa pela segunda bola deve ser muito importante para Portugal competir pelo título.

João Neves (2004)

Combate alinhado com uma técnica importante para dominar o meio-campo. João Neves mostra sua melhor qualidade a partir da energia e muita intensidade durante as partidas, transformando cada ação em um momento único.

No sistema de pressão, principalmente durante o pós-perda, tem como característica se aproximar do adversário para inibir sua ação – seja receber um passe apoiado ou para receber no espaço.

O passe de manutenção – ação para que o companheiro consiga receber sem ser pressionado, no sentido de manter a posse de bola e circular a mesma – é outra característica bem dominada pelo jogador, que tende a ser o organizador e o facilitador do sistema enquanto seu time busca uma linha de passe para progredir e chegar até a grande área. De olho para ver Portugal utilizar ele em momentos chaves!

Leo Sauer (2005)

Apesar de ter estreado com a principal em março deste ano e não ser titular, o jovem extremo da Eslováquia pode ser uma opção importante para a seleção ir em busca de uma possível classificação na fase de grupos.

Suas valências físicas ficam em boa evidência em diversas fases do jogo, mas principalmente quando tem o campo aberto para correr. Em poucos minutos com o Feyenoord na temporada 2023/24, mostrou facilidade nas trocas de ritmo, tende a buscar maior amplitude para progredir sem marcação e deve evoluir ainda mais para criar volume de jogo a partir do 1×1.

Arda Guler (2005)

Guler se transferiu para o Real Madrid no verão de 2023 e poucos momentos foram aproveitados por conta de lesões. Desde a base, mostrou ser um jogador que precisa de poucos minutos para ter impacto direto no jogo e para a Turquia vai ser muito importante contar com um jogador desse calibre durante a Euro.

Sua qualidade com a bola no pé é inegável e já vista desde os tempos de Fenerbahçe, porém sua evolução deve ser notável durante a competição a partir de um nível competitivo altíssimo. Os recursos nos domínios chamam atenção, seja com a perna de proteção para acelerar a próxima ação, com a perna de ataque para facilitar a progressão até o gol e/ou o domínio orientado para obter maior vantagem.

Mesmo tão jovem, é capaz de identificar espaços – com e sem a bola –, e aproveitá-los para garantir grandes chances de gol, além da potência e qualidade nas definições em qualquer situação. Nos minutos que teve com o Real Madrid na temporada, mostrou bom senso nos gatilhos de pressão, o que pode ser importante para momentos que sua seleção precise ser reativa.

Martin Baturina (2003)

Presença na entrelinha e movimento de pescoço constante para visualizar opções de passes e conectar os ataques da sua equipe. Baturina é um camisa 10 clássico e principal referência técnica da liga nacional.

Sua constante troca de ritmo e ótima visão de jogo geram grandes possibilidades no terço final. Seus principais recursos devem ser chave para conseguir maior qualidade e efetividade a partir dum setor muito seguro e ousado da sua seleção – que conta com Luka Modric, Mateo Kovacic, Marcelo Brozovic, etc.

Partidas acirradas e o futuro do futebol em boas mãos. Vamos acompanhar a trajetória desses novos talentos e ver até onde podem chegar, sabendo que a Euro 2024 será lembrada como palco de grandes momentos. Fique de olho, o espetáculo vai começar!

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