Desde o hat-trick do Ademola Lookman até a superioridade sem a bola, a final da Europa League foi um jogo de xadrez muito bem coordenado. A Atalanta venceu seu primeiro título continental na história e trouxe boas perspectivas dentro de um único sistema.
As linhas altas dos italianos incomodaram durante boa parte da primeira etapa, principalmente ao forçar erros e bloquear linhas de passe. Mesmo a frente no placar, preencheu bem os espaços, manteve a abordagem à risca, com aproximações e coberturas a partir da primeira linha de pressão.
A contenção das triangulações entre os volantes, extremos e alas do Leverkusen foi o xeque: pouquíssimas linhas de passes para progredir e as marcações individuais estiveram muito bem coordenadas. Fisicamente superior, obteve vantagem nos duelos e mostrou gatilhos de pressão ajustados para saltar linhas.
Com a vantagem no placar, partiu para um bloco médio, com o objetivo de punir o pós-perda dos alemães e conseguir progredir para chegar até a meta adversária com mais espaços e campo para correr – a partir dessa atribuição, o terceiro gol foi construído, por exemplo.
Apesar do bloco alto ser uma referência, durante o segundo tempo – momento em que os alemães precisavam do gol a qualquer custo – a Atalanta solidificou sua primeira linha para obter maior controle de profundidade para proteger os espaços às costas da defesa – impedindo que o Leverkusen explorasse esses espaços.
DESTAQUES INDIVIDUAIS
O brasileiro Ederson foi peça chave na estrutura do sistema de pressão. Disposição nos gatilhos, além da proteção da entrelinha com bons duelos e ajustes na marcação individual, ações que exigem muita energia e eficiência dentro da filosofia de jogo do treinador italiano Gian Piero Gasperini.
Numa aula de engano e troca de ritmo do Ademola Lookman para marcar os gols, o nigeriano se tornou apenas o 6º jogador na história a marcar um hat-trick numa final de competição europeia.
A Europa League 2023/24 teve seu desfecho marcado por uma grande estratégia e execução tática da equipe italiana. Um título continental inédito, com a presença de linhas bem avançadas, marcação pressão constante para bloquear ações, tentativas de progressão e, por fim, forçar erros do adversário. Uma vitória que não só representou um momento histórico para o clube, mas também mostrou a eficácia de um sistema de jogo coeso e bem executado.